Segundo a crença popular, um consumo excessivo de proteínas seria prejudicial para a função renal. Logo, as pessoas deveriam limitar a ingestão de proteína a fim de proteger os rins, especialmente nas populações com doença renal crônica (DRC). No entanto, novas pesquisas levantaram dúvidas sobre se a proteína é realmente prejudicial aos rins (PMID: 30383278).
Um novo estudo (PMID: 39110456) examinou a ingestão de proteína e o risco de mortalidade em idosos com DRC leve a moderada e comparou com outros idosos sem DRC. Os resultados foram bem interessantes! Eles descobriram que a proteína total, tanto de origem animal quanto vegetal, estava ASSOCIADA a um risco REDUZIDO de mortalidade em pessoas com DRC, assim como em pessoas sem DRC!
Para pessoas com DRC, consumir 1,6g/kg de proteína por dia reduziu o risco de mortalidade em 33% em comparação com 0,8g/kg de proteína por dia, e houve uma redução de 8% no risco de mortalidade para cada aumento de 0,2g/kg na ingestão total de proteína. Em pessoas sem DRC, houve uma redução de quase 50% no risco ao consumir 1,6g/kg de proteína contra 0,8g, com uma resposta proporcional de 15% de redução no risco para cada aumento de 0,2g/kg na ingestão de proteína.
Tanto a proteína animal quanto a vegetal foram associadas à essa redução no risco de mortalidade. Em pessoas com DRC, cada aumento de 0,2g/kg de proteína animal foi associado a uma redução de 12% no risco, enquanto a proteína vegetal reduziu o risco de mortalidade em 20%. Em pessoas saudáveis, a proteína animal reduziu o risco em 11% para cada aumento de 0,2g/kg, enquanto a proteína vegetal reduziu o risco em 39% para cada aumento de 0,2g/kg. Todos esses efeitos foram mais proeminentes em pessoas com mais de 75 anos, mas ainda assim significativos e importantes em mais jovens.
Este estudo fornece evidências crescentes de que não só a proteína não é prejudicial aos rins saudáveis, como pode, na verdade, melhorar a expectativa de vida em pessoas com DRC leve a moderada.
